Este artigo buscou descrever e comparar a governabilidade dos dois primeiros anos de mandato do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Visando atender a tal objetivo esta pesquisa calculou a taxa de atropelamento dos partidos e a taxa de coalescência, para então suplementá-las por meio do coeficiente de dominância do Executivo e do coeficiente de sucesso das medidas provisórias. Neste sentido, observou-se a ausência da construção de uma coalizão em moldes partidários, assim como a ausência de uma base de apoio parlamentar robusta dissociado da lógica partidária. Convergindo com a possibilidade levantada por Almeida (2020) da existência de uma agenda legislativa alternativa encabeçada pelo Congresso Nacional, evidencia-se a necessidade de revisão do arcabouço conceitual desenvolvido sobre o impacto das estratégias de gestão a discricionariedade do chefe do Poder Executivo na governabilidade deste.