Doutor em Ciência Política pela Unicamp. Mestre em Ciência Política pela Unicamp. Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Unesp. Pós-doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFMG (PROCAD-AMAZÔNIA). Pós-doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFPI (PNPD-CAPES).
Partindo da força do bicameralismo brasileiro (simétrico e incongruente) e da crescente atuação das comissões permanentes, estuda-se o caso da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal a partir da pergunta: qual é a taxa de sucesso legislativo dos pareceres emitidos pela CDH do Senado? O trabalho visa contribuir com a agenda de pesquisa sobre comissões permanentes, tendo como objetivo geral verificar se o trabalho legislativo interno da comissão é aceito pelos seus pares no Plenário do Senado Federal. Os dados para a realização desta pesquisa são de origem do site do Senado, na área de “atividade legislativa” e “comissões”, onde foram coletados todos os relatórios com o parecer aprovado pela comissão, e na parte de “projetos e matérias”, em que se acompanhou a tramitação das matérias decididas pela comissão. Com esses dados, analisa-se a tramitação dessas matérias no Senado Federal. Os principais resultados desta pesquisa apontam que existe um controle dos postos-chave de presidente da comissão e das relatorias pelo PT. Esse controle, posteriormente, transforma-se em sucesso de agenda da comissão no Senado, pois o trabalho legislativo da CDH é majoritariamente aceito na Casa, tanto em deliberação ordinária como terminativa.
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