Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 16 n. 41 jul./dez. 2024

A dança das cadeiras na composição das comissões permanentes da Câmara dos Deputados no Brasil (1991-2022)

DOI
https://doi.org/10.51206/elegis.v16i41.848
Enviado
junho 29, 2023
Publicado
2024-12-26

Resumo

O artigo tem por objetivo apresentar a ocorrência de intensa troca de vagas nas comissões permanentes da Câmara dos Deputados, o período entre 1991 e 2022. Foi adotada uma abordagem longitudinal sobre a composição partidária de todas as comissões permanentes. Trata-se de uma análise documental, exploratória. Foram elucidadas medidas de centralidade que estão intimamente associadas à possibilidade de constrangimento ou de influência de determinado ator/partido. Mobilizou-se um conjunto de técnicas e modelos de análise de redes para demonstrar a ocorrência de intensa movimentação de trocas de vagas na composição das comissões permanentes entre os diversos partidos com representação na Câmara dos Deputados, independentemente da gestão presidencial. Arrisca-se dizer, com base nos dados apresentados e apontamentos, que não se trata de um fenômeno específico de um dado momento, de um governo ou de uma dada formação de coalizão. A troca de vagas perpassa todos os partidos e(ou) blocos partidários e todas as comissões permanentes.

Referências

  1. ALBALA, A. Coalition presidentialism in bicameral congresses: how does the control of a bicameral majority affect coalition survival? Brazilian Political Science Review, v. 11, n. 2, p. 1–27, 2017.
  2. ALEJANDRO, V.; NORMAN, A. Manual introdutório a análise de redes sociais: medidas de centralidade. [S.l.]: Universidade Autônoma Del Estado de México, Centro de Capacitacion y Evaluacion para el Desarrolllo Rural S.C., 2005.
  3. ALVES, M. As flutuações de longo prazo da polarização no Brasil: análise do compartilhamento de informações políticas entre 2011 e 2019. Dados, v. 66, n. 2, p. 1–45, 2023.
  4. ANASTASIA, F.; MELO, C. R.; SANTOS, P. Governabilidade e representação política na América do Sul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer, 2004.
  5. BERTHOLINI, F.; PEREIRA, C. Pagando o preço de governar: custos de gerência de coalizão no presidencialismo brasileiro. Revista de Administração Pública, v. 51, n. 4, p. 528–550, 2017.
  6. BORGATTI, S.; EVERETT, M. G.; JOHNSON, J. C. Analyzing social networks. Thousand Oaks, CA: SAGE, 2015.
  7. CANATO, P. C. Intersetorialidade e redes sociais: uma análise da implementação de projetos para população em situação de rua em São Paulo. 2017. Dissertação (Mestrado em Gestão de Políticas Públicas) – Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2017.
  8. CENTENO, A. R. Uma abordagem contextual das comissões parlamentares do Senado Federal brasileiro. Revista de Sociologia e Política, v. 30, n. 24, p. 2–18, 2022.
  9. CERVI, E. U. Manual de métodos quantitativos para iniciantes em Ciência Política. Curitiba: CPOP, 2019.
  10. CESÁRIO, P. Redes de influência no Congresso Nacional: como se articulam os pincipais grupos de interesse. Revista de Sociologia e Política, v. 24, n. 59, p. 109–127, 2016.
  11. COUTO, L.; SOARES, A.; LIVRAMENTO, B. Presidencialismo de coalizão: conceito e aplicação. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 34, p. 1–39, 2021.
  12. COX, G. W.; MCCUBBINS, M. D. Legislative leviathan: party government in the House. Berkley e Los Angeles: University of California Press, 1993.
  13. DINIZ, S. Processo legislativo e o sistema de comissões. Revista do Legislativo, p. 59–78, 1999.
  14. DINIZ, S. Interações entre os Poderes Executivo e Legislativo no processo decisório: avaliando sucesso e fracasso presidencial. Dados, v. 48, n. 2, p. 33–369, 2005.
  15. FIGUEIREDO, A.; LIMONGI, F. Mudança constitucional, desempenho do Legislativo e consolidação institucional. In: XVIII ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 18., 1994, Caxambu, MG. Anais [...]. Caxambu, MG: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 1994. p. 1–34.
  16. FIGUEIREDO, A.; LIMONGI, F. Congresso Nacional: organização, processo lgislativo e produção legal. São Paulo, SP: CEBRAP, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, 1996.
  17. FREEMAN, L. The development of social network analysis: a study in the sociology of science. Vancouver: Empirical Press, 2004.
  18. HIGGINS, S.; RIBEIRO, A. Análise de redes em Ciências Sociais. Brasília, DF: Enap, 2018.
  19. INÁCIO, M. Estrutura e funcionamento da Câmara dos Deputados. In: MELO, C. R.; SÁEZ, M. A. (org.) A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o Século XXI. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 199–235.
  20. KREHBIEL, K. Information and legislative organization. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1991.
  21. LIJPHART, Arend. Patterns of democracy: government forms and performance in thirty-six countries. Yale: Yale University Press, 1999.
  22. LIMONGI, F. O novo institucionalismo e os estudos legislativos: a literatura norte-americana recente. BIB – Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 37, p. 3–38, 1994.
  23. MANCUSO, W. O lobby da indústria no Congresso Nacional: empresariado e política no Brasil contemporâneo. São Paulo: Humanitas, 2007.
  24. MELO, C. R.; ANASTASIA, F. A reforma da previdência em dois tempos. Dados, v. 48, n. 2, p. 301–332, 2005.
  25. MÉNY, Y.; KNAPP, A. Government and politics in Western Europe: Britain, France, Italy, Germany. [S.l.]: Oxford University Press, 1993. (Comparative European Politics).
  26. MÜLLER, G. Comissões e partidos políticos na Câmara dos Deputados: um estudo sobre os padrões partidários de recrutamento para as comissões permanentes. DADOS, v. 48, n. 1, p. 371–394, 2005.
  27. NASCIMENTO, E. O. O sistema de comissões brasileiro: elementos para uma agenda de pesquisa. Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, v. 21, n. 2, p. 61–72, 2012.
  28. OLIVEIRA, M. D.; GAMA, J. A framework to monitor clusters evolution applied to economy and finance problems. Intelligent Data Analysis, v. 16, n. 1, p. 93–111, 2012.
  29. PENNA, C. C. Activism inside and outside the State: agrarian reform activists and bureaucrats in the state of Pará, Brazil. Revue Internationale des Études du Développement, v. 230, p. 103–125, 2017.
  30. PEREIRA, C.; MUELLER, B. Uma teoria da preponderância do Poder Executivo: o sistema de comissões no Legislativo brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 15, n. 43, p. 45–67, 2000.
  31. RAILE, E.; PEREIRA, C.; POWER, T. The Executive toolbox: building Legislative support in a multiparty presidential regime. Political Research Quarterly, v. 64, n. 2, p. 323–334, 2011.
  32. RESENDE, C. Redes de interesse organizados no sistema comissional da Câmara dos Deputados. Revista de Sociologia e Política, v. 30, n. 11, p. 1–21, 2022.
  33. ROCHA, M. M.; BARBOSA, C. F. Regras, incentivos e comportamento: as comissões parlamentares nos países do Cone Sul. Revista de Sociologia e Política, v. 16, p. 93–104, 2008.
  34. SANTOS, F. Patronagem e poder de agenda na política brasileira. DADOS, v. 40, n. 3, p. 465–492, 1997.
  35. SANTOS, F. Partidos e comissões no presidencialismo de coalizão. DADOS, v. 45, n. 2, p. 237–264, 2002.
  36. SANTOS, F. Partidos e comissões no presidencialismo de coalizão. In: SANTOS, F. O Poder Legislativo no presidencialismo de coalizão. Belo Horizonte/Rio de Janeiro: UFMG/IUPERJ, 2003.
  37. SANTOS, F. O Legislativo em busca de informação: um estudo da estrutura de assessoria da Câmara dos Deputados. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2014.
  38. SANTOS, F.; ALMEIDA, A. Teoria Informacional e a seleção de relatores na Câmara dos Deputados. DADOS, v. 48, n. 4, p. 293–735, 2005.
  39. SANTOS, F.; ALMEIDA, A. Fundamentos informacionais do presidencialismo de coalizão. Curitiba, PR: Appris, 2011.
  40. SARTORI, G. A teoria da democracia revisitada. São Paulo, SP: Ática, 1994. v. 1.
  41. SHEPSLE, K. Institutional equilibrium and equilibrium institutions. Political Science: The Science of Politics, v. 51, p. 1–56, 1986.
  42. SHEPSLE, K.; WEINGAST, B. The institutional foundations of Committee Power. American Political Science Review, v. 81, n. 1, p. 85–104, 1987.
  43. SILAME, T. R. Comissões permanentes e política de recrutamento nas Assembleias Legislativas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
  44. SILVEIRA, M. Circulação de ideias e práticas ao longo do tempo: o processo de consolidação do trabalho social em projetos de urbanização de favelas da CDHU. In: VIII SEMINÁRIO DISCENTE DA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA DA USP, 2018, São Paulo, SP. Anais [...]. São Paulo, SP: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da USP, 2018. p. 1–46. Disponível em: https://sdpscp.fflch.usp.br/sites/sdpscp.fflch.usp.br/files/inline-files/2258-3024-1-PB.pdf. Acesso em: 10 dez. 2024.
  45. STROGATZ, S. Exploring complex networks. Nature, v. 410, p. 268–276, 2001.
  46. TSEBELIS, G. Veto players: how political institutions work. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2002.
  47. VASQUEZ, V. L. Comissões: o poder do Legislativo. 2020. Tese (Doutorado em Ciência Política) –Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2020.