Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 17 n. 42 jan./jun. 2025

Janus dividido: uma revisão bibliométrica da literatura brasileira sobre partidos e políticas públicas

DOI
https://doi.org/10.51206/elegis.v17i42.858
Enviado
dezembro 5, 2023
Publicado
2025-04-29

Resumo

As democracias representativas necessitam de políticas públicas e de partidos políticos. Disso, resulta uma combinação na qual a Ciência Política deveria atuar enquanto campo epistêmico. Nesse sentido, este artigo realiza uma revisão bibliográfica sistemática sobre a relação entre partidos políticos e políticas públicas. A partir da plataforma Scielo, foram coletados dados sobre artigos que tratassem do tema. Feito isso, utilizaram-se os programas Zotero, N-Vivo e VOSviewer para realizar a análise. Constatou-se que partidos políticos possuem uma aproximação maior com eleições, sistemas partidários e carreiras políticas, ao passo que políticas públicas possuem maior relação com burocracias, capacidades estatais e judicialização. Além disso, os resultados indicam que os campos de estudos de políticas públicas e de partidos políticos possuem uma relação muito pequena entre si, com poucos artigos realizando uma articulação conjunta entre os dois termos. Desse modo, afirma-se a necessidade de preenchimento de tal lacuna, tornando uma agenda de estudos necessária às futuras gerações de politólogos.

Referências

  1. AMES, B. Os entraves da democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.
  2. ARRETCHE, M.; MARQUES, E.; FARIA, C. Introdução – As políticas da política: desigualdades e inclusão nos governos do PSDB e do PT. In: ARRETCHE, M.; MARQUES, E.; FARIA, C. (org.) As políticas da política: desigualdades e inclusão nos governos do PSDB e do PT. São Paulo: Editora UNESP, 2019. p. 1–22.
  3. ARVATE, P.; AVELINO, G.; LUCINDA, C. Existe influência da ideologia sobre o resultado fiscal dos estados brasileiros? Estudos Econômicos, São Paulo, v. 38, n. 4, p. 789–814, out./dez. 2008.
  4. BATISTA, M.; DOMINGOS, A.; VIEIRA, B. Políticas públicas: modelos clássicos e 40 anos de produção no Brasil. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, São Paulo, n. 94, p. 1–25, 2020.
  5. BERSCH, K.; PRAÇA, S.; TAYLOR, M. State capacity, bureaucratic politicization, and corruption in the Brazilian State. Governance, v. 30, n. 1, p. 105–124, 2017.
  6. BOIX, C. Political parties and the supply side of the economy: the provision of physical and human capital in advanced economies, 1960-90. American Journal of Political Science, v. 41, n. 3, p. 814–845, 1997.
  7. BOLOGNESI, B. Organização partidária: modelos de análise e novas agendas. In: BOLOGNESI, B.; SILVA, G. (org.) Ciências Sociais Hoje: Ciência Política. São Paulo: Zeppelini Publishers, 2020. p. 161–191.
  8. BOLOGNESI, B.; RIBEIRO, E.; CODATO, A. Uma nova classificação ideológica dos partidos políticos brasileiros. Dados, v. 66, n. 2, p. 1–29, 2023.
  9. BRASIL, F. G.; CAPELLA, A. C. N. Os estudos das políticas públicas no Brasil: passado, presente e caminhos futuros da pesquisa sobre análise de políticas. Politica Hoje, v. 25, n. 1, p. 71–90, 2016.
  10. BRASIL, F. G.; CAPELLA, A. C. N. Agenda governamental brasileira: uma análise da capacidade e diversidade nas prioridades em políticas públicas no período de 2003 a 2014. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 24, n. 78, p. 1–22, 2019.
  11. BRUNET, J.; BERTÉ, A.; BORGES, C. O gasto público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
  12. BUDGE, I.; LAVER, M. Office seeking and policy pursuit in coalition theory. Legislative Studies Quarterly, v. 11, n. 4, p. 485–506, 1986.
  13. BULCOURF, P.; MÁRQUEZ, E.; CARDOZO, N. El desarrollo de la ciencia política en Argentina, Brasil y México: construyendo uma mirada comparada. Anuario Latinoamericano – Ciencias Políticas y Relaciones Internacionales, Lublin, v. 1, p. 155–184, 2014.
  14. CODATO, A.; LORENCETTI, M.; PRATA, B. Elites políticas e representação: uma investigação da literatura contemporânea sobre políticos profissionais. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, São Paulo, n. 95, p. 1–23, 2021.
  15. COHEN, M. D.; MARCH, J. G.; OLSEN, J. P. A garbage can model of organizational choice. Administrative Science Quarterly, v. 17, n. 1, p. 1–25, 1972.
  16. COPPEDGE, M. A classification of Latin America political parties. Indiana: Kellogg Institute, University of Notre Dame, 1997. (Working Paper n. 244).
  17. DINIZ, E. Voto e máquina política: patronagem e clientelismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
  18. DOWNS, A. Uma teoria econômica da democracia. São Paulo: EDUSP, 1999. (Publicado originalmente em inglês em 1957).
  19. DYE, T. Understanding public policy. Boston: Longman, 1972.
  20. ESPING-ANDERSEN, G. The three worlds of welfare capitalism. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1990.
  21. FABRE, V.; SCHEFFER, F.; FLACH, L. Interferencias de las ideologías políticas sobre los gastos destinados a gestión ambiental en Brasil. Contabilidad y Negocios, v. 15, n. 30, p. 140–156, 2020.
  22. FIGUEIREDO, A.; SANTOS, F. Estudos legislativos no Brasil. In: AVRITZER, L.; MILANI, C.; BRAGA, M. (ed.) A Ciência Política no Brasil: 1960-2015. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016. p. 187–216.
  23. FIORINA, M. Congressional control of the bureaucracy: a mismatch of capabilities and incentives. In: DODD, L.; OPPENHEIMER, B. (ed.) Congress reconsidered. Washington, DC: Congressional Quarterly Press, 1981. p. 332–348.
  24. GIORA, G. Social democracia sem Keynes(?): avanços e desafios das esquerdas no Brasil, Chile e Uruguai. 2009. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
  25. GOMIDE, A. Democracy and bureaucracy in newly industrialized countries: a systematic comparison between Latin America and East Asia. Governance, v. 35, n. 1, p. 83–102, 2022.
  26. GRIN, E.; ABRUCIO, F. O elo perdido da descentralização no Brasil: a promoção das capacidades estatais municipais pelo governo federal. Revista de Sociologia e Política, v. 29, n. 77, p. 1–23, 2021.
  27. GRZIBOWSKI, D. A influência da ideologia política na alocação nas despesas públicas por função governamental em municípios do estado do RS. 2019. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas) – Universidade Federal da Fronteira Sul, Cerro Largo, RS, 2019.
  28. HAGOPIAN, F. Traditional politics and regime change in Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
  29. HUBER, J.; POWELL, G. Congruence between citizens and policy makers in two visions of liberal democracy. World Politics, v. 46, n. 3, p. 291–326, 1994.
  30. KATZ, R.; MAIR, P. How parties organize. London: Sage, 1994.
  31. KINGDOM, J. Agendas, alternatives, and public policies. Boston: Little, Brown & Company, 1984.
  32. KLEIN, F. Elections and fiscal policy at municipal level in Brazil. 2012. Tese (Doutorado em Administração Pública) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2012.
  33. LEAL, V. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
  34. LIMONGI, F.; ALMEIDA, M. H. T. de; FREITAS, A. Da sociologia política ao (neo)institucionalismo: trinta anos que mudaram a Ciência Política no Brasil. In: AVRITZER, L.; MILANI, C.; BRAGA, M. (ed.) A Ciência Política no Brasil: 1960-2015. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016. p. 61–91.
  35. LOWI, T. Arenas of power. London: Paradigm Publishers, 2009.
  36. MANIN, B. The principles of representative government. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
  37. MARENCO, André; STROHSCHOEN, M. ¿Cada uno en su lugar? Estado Abierto. Revista sobre el Estado, la administración y las políticas públicas, v. 3, n. 1, p. 47–75, 2018.
  38. MARQUES, E.; SOUZA, C. Políticas públicas no Brasil: avanços recentes e agenda para o futuro. In: AVRITZER, L.; MILANI, C.; BRAGA, M. (ed.) A Ciência Política no Brasil: 1960-2015. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016. p. 321–346.
  39. MAYHEW, D. Congress: the electoral connection. New Haven: Yale University Press, 1974.
  40. MCCUBBINS, M.; NOLL, R.; WEINGAST, B. Structure and process, politics and policy: administrative arrangements and the political control of agencies. Virginia Law Review, v. 75, n. 2, p. 431–482, 1989.
  41. MOREIRA, M. Partidos políticos e políticas de assistência social nos municípios brasileiros: uma análise do impacto dos partidos no período entre 2005 e 2012. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
  42. MULLER, W.; STROM, K. Policy, office or votes? how political parties in Western Europe make hard decisions. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
  43. NICOLAU, J. O sistema eleitoral de lista aberta no Brasil. Dados, Rio de Janeiro, v. 49, n. 4, p. 689–720, 2006.
  44. NUNES, E. A gramática política no Brasil: clientelismo e insulamento burocrático. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
  45. OLIVEIRA, A. Representação programática em 16 democracias presidencialistas: América Latina, 2000-2010. 2014. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
  46. OLIVEIRA, V.; MADEIRA, L. Judicialização da política no enfrentamento à covid-19: um novo padrão decisório do STF? Revista Brasileira de Ciência Política, n. 35, p. 1–44, 2021.
  47. PIRES, R.; LOTTA, G.; OLIVEIRA, V. (org.) Burocracia e políticas públicas no Brasil: interseções analíticas. Brasília, DF: Ipea: Enap, 2018.
  48. PRZEWORSKI, A.; STOKES, S.; MANIN, B. Democracy, accountability, and representation. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
  49. RODRIGUES, G. Partidos políticos e gastos públicos em Santa Catarina: a influência das ideologias partidárias nas decisões de investimento. 2010. Tese (Doutorado em Sociologia Política) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
  50. SABATIER, P. (ed.) Theories of the policy process. Oxford: Westview Press, 1999.
  51. SANTOS, F.; BATISTA, C.; DUTT-ROSS, S. Ideologia versus Sociologia na política estadual brasileira. Revista de Economia Política, v. 38, n. 4, p. 670–689, 2018.
  52. SARTORI, G. La política. México: Fondo de Cultura Económica, 1984.
  53. SÁTYRO, N. Política e instituições e a dinâmica das políticas sociais nos estados brasileiros: uma análise após a redemocratização. 2008. Tese (Doutorado em Ciência Política) – IUPERJ, Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2008.
  54. SÁTYRO, N. Política estadual e desigualdade: por que alguns estados brasileiros redistribuem mais do que outros? Dados, v. 56, n. 3, p. 497–530, 2013.
  55. SÁTYRO, N.; FREITAS, R.; ZANETTI, D.; BARBOSA, P. Comparando políticas sociais em governos de esquerda. Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 85, p. 125–148, 2019.
  56. SOUZA, M. C. Estado e partidos políticos no Brasil (1930-1964). São Paulo: Alfa-Omega, 1976.
  57. TSEBELIS, George; HA, Eunyoung. Coalition theory: a veto players’ approach. European Political Science Review, v. 6, n. 3, p. 331–357, 2013.
  58. WITTMAN, D. The myth of democratic failure: why political institutions are efficient. Chicago: University of Chicago Press, 1995.
  59. WOLINETZ, Steven. Beyond the catch-all party: approaches to the study of parties and party organization in contemporary democracies. In: GUNTHER, Richard; MONTERO, Javier; LINZ, Juan (ed.) Political parties: old concepts and new challenges. Oxford: Oxford University Press, 2002. p. 136–165.