O artigo discute gênero e financiamento de campanha, usando o Brasil para exemplificar como estes fatores, combinados com o sistema eleitoral, afetam o sucesso de mulheres nas eleições. Brasil é um bom caso por combinar um sistema proporcional de lista aberta, federalismo e distritos grandes, resultando em muitas candidaturas de natureza individualista. Dados de eleições estaduais e federais (2002-2018) foram coletados e analisados, com a introdução de uma nova medida, gasto por voto. Os resultados mostram que mulheres não se beneficiam como homens de uma vantagem em reeleição e que financiamento é mais bem distribuído entre eles, deixando algumas mulheres-elite como prováveis vencedoras. De modo geral, mulheres eleitas gastam 22% a mais por voto que homens eleitos na trajetória para a eleição. Isto explica em parte, junto com outros fatores analisados no artigo, a grande diferença de gênero na representação política brasileira.