Promover o desenvolvimento científico da área do esporte no Brasil foi o balizador para a proposta de desenvolvimento do projeto Concurso de Artigos Científicos da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados. E, cremos, alcançamos um ótimo resultado!
A chamada de trabalhos realizada em setembro de 2017 foi bem acolhida pela comunidade acadêmica, e 23 candidatos apresentaram trabalhos de alta qualificação técnica distribuídos entre os temas de interesse desta versão do certame: 7 trabalhos no tema "esporte e educação", 4 trabalhos em "esporte e saúde" e 12 artigos em "esporte de alto rendimento". Este é o tema do relato de experiência – A experiência do primeiro concurso de artigos da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, trabalho que narra o objetivo do concurso, sua motivação e aponta os principais indicadores desta primeira versão do certame, elaborado por Roberto Campos da Rocha Miranda e Lindberg Aziz Cury Júnior.
Na sequência, graças à colaboração de avaliadores respeitáveis e de notório conhecimento na área do esporte, foi possível definir os vencedores das três categorias do concurso, que ora apresentamos.
Abrindo o número da publicação dos artigos, tratamos dos vencedores no tema Esporte e Educação. O trabalho de José Manoel Montanha da Silveira Soares, "Os planos plurianuais (PPA) do governo federal 2008-2015 para o esporte e o lazer: a "fratura esportiva" no PELC", traz relevante contribuição para a área do esporte ao comprovar "a falta de continuidade e de consistência tanto na distribuição dos recursos para o Programa de Esporte e Lazer da Cidade – PELC, como na instabilidade no padrão de seu financiamento". O estudo mereceu medalha de ouro por abordar política públicas de esporte em sua profundidade. Na sequência, André Luís Normanton Beltrame, medalha de prata no tema, apresenta, por meio de uma abordagem qualitativa e descritiva, a visão de professores e coordenadores de regiões administrativas diversas do Distrito Federal quanto à relação esporte-educação-participação no artigo "O esporte na escola inclusiva: problematizando a questão da competição e participação no itinerário de um projeto esportivo". A medalha de bronze no tema esporte e educação foi para o artigo "Relação entre gestão, mudança de governo, efetividade e continuidade dos projetos esportivos sociais", que tem por objeto o programa de governo "Segundo Tempo" e avalia a influência das variáveis gestão financeira, mudança de governo e efetividade na continuidade de políticas públicas do esporte. Júnio Braga Borges Silva conclui em seu estudo que o programa se mantém por sua importância pedagógica e seu valor social.
Dando sequência à publicação com o tema Esporte e Saúde, a medalha de ouro foi para o trabalho "Incidência de lesões em atletas praticantes do futsal na cidade de Morro do Chapéu – PI", no qual Thiago Magalhães Pontes comprova que as lesões musculoesqueléticas são as mais comuns entre atletas amadores de futsal. Bruna Freitas dos Santos traz, em seguida, a discussão sobre a "Influência de um programa de treinamento de aquathlon sobre a coordenação motora de crianças", indicando, por um estudo solidamente fundado em experimento com jovens de 11 anos, que o treinamento do aquathlon influencia no nado, mas não na corrida ou na coordenação motora dos atletas. Fechando o tema esporte e saúde, a medalha de prata é conferida ao trabalho "Uso de esteroides anabolizantes e similares: um problema social e de saúde pública", que aborda com propriedade a epidemia do uso indiscriminado de anabolizantes e as implicações dessa prática na saúde pública. O médico Clayton Luiz Dornelles Macedo, que lidera o grupo de estudo, utiliza o programa Apolo (#BombaTôFora) para mostrar ações pragmáticas de prevenção, atendimento e reabilitação de indivíduos que se valem de esteroides anabolizantes e similares.
O bloco que fecha o número é o do tema Esporte de Alto Rendimento. No artigo "Mecanismos alternativos de financiamento para o esporte de alto rendimento no Brasil", que leva a medalha de ouro, o autor, Rene Vinicius Donnangelo Fender, avalia comparativamente mecanismos alternativos de financiamento do esporte entre cinco países: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Bolívia e Peru. Os resultados indicam que as sobretaxas e percentual de tributos sobre produtos e serviços que gerem dano a saúde são os principais meios de financiamento alternativo ao repasse direto de verbas do governo para o esporte. A medalha de prata no tema vai para o artigo de Bruno Ferrari Silva, que conclui: "A prova de 100 metros nado livre, mesmo realizada em velocidade submáxima, apresenta indícios de queda nos preditores de desempenho", no artigo intitulado "Correlação entre os preditores de desempenho em nadadores universitários em protocolos de teste de 100 metros nado livre". Finalizando, a medalha de bronze no tema esporte de alto rendimento foi para o artigo "modelo de previsão de desempenho de triatletas com a utilização da análise discriminante", de Domingos Rodrigues Pandeló Júnior, que aponta a relevância de modelo de previsão de talentos, com base em variáveis antropométricas, fisiológicas e de treinamento para identificar atletas de alto rendimento.
Acreditamos que, dessa forma, incentivando a realização de estudos científicos voltados para o esporte, podemos contribuir para o desenvolvimento da ciência desportina no país. O concurso veio para ficar, e a Comissão do Esporte vai aprimorar sua realização cada vez mais.
Boa leitura!
Deputado EZEQUIEL TEIXEIRA
Presidente da Comissão do Esporte